Relevo

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O relevo brasileiro é um dos mais estudados e diversos do mundo, refletindo a complexidade geológica e o tempo de formação do território. Ele é essencial para entender os aspectos naturais do Brasil, influenciando o clima, a hidrografia e a ocupação humana.

Relevo brasileiro
Relevo brasileiro

Características gerais

O relevo do Brasil se caracteriza por formas suaves, uma vez que não há cadeias de montanhas recentes e elevadas como as encontradas em outros continentes. Isso se deve ao fato de o Brasil estar situado em uma região geologicamente estável, sem grandes falhas tectônicas ou vulcanismo ativo. A altimetria do país é relativamente baixa, com cerca de 40% de seu território abaixo dos 200 metros de altitude. Contudo, há variações regionais significativas que compõem um mosaico de formas e estruturas geológicas.

Principais unidades de relevo

O relevo brasileiro pode ser dividido em três grandes categorias:

  1. Planalto:

    • Planalto central: localizado no centro-oeste do país, é uma das áreas mais extensas e de grande importância para a hidrografia, pois serve como divisor de águas das bacias dos rios Tocantins, São Francisco e Paraná. Seu substrato é composto principalmente por rochas cristalinas e sedimentares antigas, resultantes de processos de erosão e intemperismo que moldaram seu relevo suave e ondulado.
    • Planalto atlântico: estende-se pela região costeira, com relevos mais antigos e desgastados devido à erosão marinha e fluvial. Inclui serras importantes como a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, que são fundamentais para a formação de microclimas e influenciam a distribuição de chuvas na região.
    • Planalto meridional: encontrado nas regiões sul e sudeste, é caracterizado por formações sedimentares e áreas de derrames basálticos, que deram origem ao solo de terra roxa, extremamente fértil e propício para a agricultura.
  2. Planícies:

    • Planície amazônica: a maior planície do Brasil, que abrange grande parte da Região Norte. Caracteriza-se pela baixa altitude e pela presença de rios extensos e florestas tropicais. Sua formação é recente, decorrente de processos de sedimentação associados aos rios da região. Essa planície desempenha papel vital na regulação climática e é uma das áreas de maior biodiversidade do mundo.
    • Planície do pantanal: uma das maiores áreas alagáveis do mundo, localizada nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com rica biodiversidade e grande importância ecológica. Essa planície é caracterizada por ciclos de cheia e seca que afetam a fauna e a flora locais, influenciando atividades humanas como a pecuária e o turismo.
  3. Depressões:

    • Depressão sertaneja: ocupa grande parte da região nordestina e se caracteriza pela aridez e pela presença de caatinga. Essa área apresenta solos pobres e rochas antigas, sendo marcada por processos erosivos intensos e condições climáticas semiáridas que limitam a agricultura.
    • Depressão cuiabana: localizada entre o Pantanal e o Planalto Central, é importante para a transição ecológica entre biomas. Apresenta vegetação de cerrado e solos que variam de arenosos a argilosos.

Classificações e estudos modernos

O geógrafo Jurandyr Ross, em 1989, propôs uma classificação moderna do relevo brasileiro com base em imagens de satélite e estudos detalhados. Ele dividiu o relevo em 28 unidades, que incluem planaltos, planícies e depressões. Essa classificação é amplamente utilizada em estudos acadêmicos e é um dos referenciais nos currículos escolares. Os avanços tecnológicos em sensoriamento remoto permitiram uma compreensão mais precisa das formações e das dinâmicas envolvidas nos processos de erosão, sedimentação e intemperismo.

Formações geológicas e impactos ambientais

As formações geológicas do relevo brasileiro incluem estruturas cristalinas antigas, como os escudos e maciços, e formações sedimentares mais recentes. A Serra do Espinhaço, por exemplo, é uma formação importante que se estende pelo estado de Minas Gerais, rica em minerais e fundamental para a hidrografia da região.

Os impactos ambientais associados ao relevo incluem a degradação do solo, o desmatamento e a erosão acelerada em áreas de encostas. A urbanização desordenada em regiões de planaltos e serras pode levar a deslizamentos de terra, enquanto as planícies, em especial o Pantanal, enfrentam ameaças devido à atividade agropecuária e à mudança climática.

Importância para os estudos

Compreender o relevo brasileiro é vital para estudantes, pois ele influencia diretamente a ocupação humana, a agricultura, o clima e a economia. As regiões de planaltos, por exemplo, são ricas em minerais e proporcionam fontes de energia hidrelétrica devido aos rios que correm em suas áreas mais elevadas. Já as planícies são fundamentais para a agricultura extensiva e a criação de gado, enquanto as depressões destacam-se pela diversidade de biomas e por serem zonas de transição ecológica.

Conclusão

O relevo brasileiro, com suas diversidades e especificidades, é resultado de milhões de anos de processos geológicos e de erosão. Entender essas formas é essencial para o estudo da geografia do país e para a compreensão de como esses fatores naturais influenciam a vida de sua população e suas atividades econômicas.

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