Figuras de linguagem

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Figuras de linguagem são recursos estilísticos usados para dar mais expressividade à comunicação. Elas enriquecem o texto, tornando-o mais envolvente, além de ajudarem a criar imagens mentais, provocar emoções e gerar efeitos de sentido. No português, as figuras de linguagem podem ser classificadas em categorias, como figuras de som, de construção, de pensamento e de palavras. A seguir, vamos detalhar as principais figuras de linguagem de cada uma dessas categorias com exemplos simples e fáceis de entender.

Figuras de linguagem
Figuras de linguagem

Figuras de som

São aquelas que exploram a sonoridade das palavras.

  • Aliteração: repetição de sons consonantais próximos, criando um efeito sonoro.
    • Exemplo: “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”
  • Assonância: repetição de sons vocálicos próximos para produzir musicalidade.
    • Exemplo: “A tarde está clara e calma.”
  • Onomatopeia: palavra que imita sons.
    • Exemplo: “O relógio fazia tique-taque.”

Figuras de construção ou sintaxe

Relacionadas à organização das palavras e à construção das frases.

  • Elipse: omissão de um termo que pode ser subentendido no contexto.
    • Exemplo: “Na sala, apenas silêncio.” (omissão do verbo “havia”)
  • Zeugma: omissão de um termo já expresso anteriormente na frase.
    • Exemplo: “Ele gosta de maçã, eu de laranja.” (omissão de “gosto” na segunda parte)
  • Polissíndeto: repetição de conjunções para dar ênfase.
    • Exemplo: “E correu, e gritou, e pulou de alegria.”
  • Assíndeto: omissão de conjunções entre palavras ou orações, criando um ritmo acelerado.
    • Exemplo: “Vim, vi, venci.”
  • Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.
    • Exemplo: “Tudo canta, tudo encanta, tudo brilha.”
  • Hipérbato: inversão da ordem natural das palavras na frase.
    • Exemplo: “Do medo viveu o homem.” (em vez de “O homem viveu do medo”)
  • Silepse: concordância com a ideia e não com a forma gramatical.
    • Exemplo: “O casal saíram felizes.” (concordância com o sentido de “eles”, e não com o singular “casal”)

Figuras de pensamento

Envolvem a interpretação e o sentido das ideias transmitidas.

  • Antítese: contraposição de ideias opostas numa mesma frase.
    • Exemplo: “O doce e o amargo da vida.”
  • Paradoxo: união de ideias contraditórias que, no entanto, fazem sentido juntas.
    • Exemplo: “O silêncio ensurdecedor.”
  • Ironia: afirmação contrária ao que se quer realmente dizer, geralmente de forma sarcástica.
    • Exemplo: “Que pontual! Chegou uma hora atrasado.”
  • Eufemismo: uso de uma expressão mais suave para suavizar uma ideia difícil ou desagradável.
    • Exemplo: “Ele descansou.” (em vez de “ele morreu”)
  • Hipérbole: exagero proposital para dar ênfase.
    • Exemplo: “Estou morrendo de sede!”
  • Gradação: apresentação de ideias em ordem crescente ou decrescente.
    • Exemplo: “Ele lutou, correu, voou e venceu.”
  • Prosopopeia ou Personificação: atribuição de características humanas a seres inanimados ou irracionais.
    • Exemplo: “O vento sussurrava nos meus ouvidos.”
  • Apóstrofe: invocação ou chamamento de algo ou alguém, presente ou ausente.
    • Exemplo: “Ó céus, por que me abandonaste?”

Figuras de palavra ou semânticas

Trabalham com o sentido das palavras, criando novos significados.

  • Metáfora: comparação implícita, sem o uso de conectivos comparativos.
    • Exemplo: “Ela é uma estrela.” (comparação entre a pessoa e uma estrela)
  • Metonímia: substituição de uma palavra por outra que tenha uma relação de proximidade ou afinidade.
    • Exemplo: “Li Machado de Assis.” (em vez de “Li o livro de Machado de Assis”)
  • Catacrese: uso de uma palavra no lugar de outra por falta de um termo específico.
    • Exemplo: “A boca da garrafa.”
  • Sinestesia: mistura de sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
    • Exemplo: “Um perfume doce.” (mesclando olfato e paladar)
  • Antonomásia: substituição de um nome próprio por uma expressão que o identifique.
    • Exemplo: “O Rei do Futebol” (para se referir a Pelé)
  • Comparação (ou Símile): comparação explícita entre dois elementos, usando conectivos como “como”, “tal qual”, etc.
    • Exemplo: “Ela é linda como uma flor.”
  • Perífrase: substituição de um nome por uma expressão que o descreve.
    • Exemplo: “A cidade luz” (para se referir a Paris)

Conclusão

As figuras de linguagem são indispensáveis para tornar a comunicação mais rica, expressiva e envolvente. Elas são ferramentas poderosas na construção de significados e na criação de efeitos de estilo em textos literários, publicitários, jornalísticos e até mesmo no dia a dia. Ao dominar o uso dessas figuras, você pode interpretar melhor textos complexos e, ao mesmo tempo, aprimorar sua própria escrita, dando mais vida e cor às suas palavras.

 

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