Origem dos seres vivos e método científico

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“Nada faz sentido em biologia, exceto sob o olhar da evolução!”

Theodosius Dobzhansky

 

A origem da vida, como a conhecemos, ainda é um grande mistério. Mesmo com teorias de grandes pesquisadores, como a teoria da evolução dos seres, de Charles Darwin, ainda somos limitados quanto a nossa própria história, segundo o pesquisador do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), Arnaldo Naves de Brito, em Campinas. Isso porque a teoria da evolução só explica que um ser vivo pode dar origem a outro e, com a ajuda do Neodarwinismo, suas características são passadas para os seus descendentes. Diversos cientistas formulam e testam suas hipóteses tentando responder perguntas ambiciosas, por exemplo, como uma única célula se transforma num organismo complexo e ainda como esses organismos interagem diante de tantos níveis de organização, biosfera, ecossistemas, comunidades, populações, organismos, órgãos e sistemas, tecidos, células, organelas e moléculas.

Conceitos e Teorias

A vida começou a ter a sua origem questionada, segundo relatos históricos, ainda na Grécia Antiga, com o pensador Aristóteles, o qual não excluía a tese de que um ser vivo pode dar origem a outro ser vivo – biogênese. Mas, também acreditava que corpos não vivos poderiam dar origem a seres vivos – abiogênese ou geração espontânea. Crenças como essas perduraram muitos séculos até que fosse questionada no século XVII, por Francesco Redi.

Método científico

Francesco Redi, italiano do século XVII, influenciado por grandes pensadores do Renascimento, como Galileu Galilei, percebeu que existiam lacunas a serem preenchidas nas explicações de alguns fenômenos descritos por pensadores antigos. E, questionando-se, observou que em muitas vezes não era possível chegar nos mesmos resultados de experiências realizadas quando era alterado algum parâmetro crítico. Dessa forma resolveu elaborar uma sequência de passos ordenados para que fosse possível realizar experimentos que colocassem a prova as teorias da época, surgindo o método científico.

O método científico é um procedimento de regras básicas que foram desenvolvidas para desafiar uma observação, podendo gerar conhecimento ou mesmo corrigir o que já se sabia. Os seus passos são:

  1. Observação: fenômenos descritos, quantificados, medidos e documentados;
  2. Problema: o centro da investigação ou o questionamento (pergunta);
  3. Levantamento de dados: entender o que se pretende investigar;
  4. Hipótese: fazer uma suposição (sugestão de resolução do problema) com encadeamento lógico;
  5. Teste da hipótese: realização de experimentos que possam vir a validar a sua sugestão, não esquecendo do controle experimental;
  6. Resultado: quando o experimento é controlado, existe a possibilidade de verificação da hipótese ou não;
  7. Teoria: é obtida de uma hipótese validada em conjunto com as observações, sendo capaz de explicar determinado fenômeno em diferentes contextos.
Fluxograma do método científico
Fluxograma do método científico

Francesco Redi

Redi refez um experimento comum na época para avaliar se a vida poderia surgir espontaneamente da carne, em forma de larvas, num frasco, ou se ela teria a sua origem de outros fatores, como moscas. Para o experimento, Redi vedou um recipiente contendo carne com um tecido poroso, para evitar que moscas pousassem na carne e colocassem os seus ovos, os quais eclodiriam em larvas, como era a sua hipótese a ser testada. O seu resultado mostrou que não foram identificadas larvas de moscas no recipiente que estava vedado com um pano poroso, somente no que não estava vedado com o tecido. Isso começa a indicar para os cientistas da época que eles deveriam desenhar melhor os seus experimentos para garantir que o que estavam descrevendo era verdade e que qualquer pessoa poderia realizar o mesmo experimento e chegar nos mesmos resultados (guardando as devidas proporções).

Louis Pasteur

Em seu experimento com caldos orgânicos, Pasteur mostrou que depois de eliminados os microrganismos de uma amostra (solução), através do aumento da temperatura por um intervalo de tempo relativamente longo, ela permaneceria descontaminada se o recipiente fosse mantido fechado ou tivesse um filtro de retenção se mantido aberto, sendo esse filtro o longo pescoço em forma de “S”. Também mostrou que logo depois de quebrado o gargalo do recipiente, era possível notar o crescimento de microrganismos no caldo.

Experimento de Louis Pasteur
Experimento de Louis Pasteur

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