Pleonasmo

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O pleonasmo é uma figura de linguagem que consiste na repetição de palavras ou ideias com o objetivo de enfatizar uma mensagem ou tornar o discurso mais expressivo. Ele pode ser utilizado de forma intencional, como recurso estilístico, ou de forma não intencional, representando um vício de linguagem.

Pleonasmo
Pleonasmo

A palavra “pleonasmo” vem do grego pleonasmos, que significa “excesso” ou “abundância”. É amplamente estudado na análise de textos literários, redações e até na comunicação oral.

Tipos de pleonasmo

  1. Pleonasmo literário (ou estilístico):

É usado de forma intencional, geralmente para dar ênfase ou criar um efeito expressivo no texto. É comum na literatura e em músicas.

Exemplo:

    • “Rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de Moraes)
    • “E lá vou eu subindo para cima.”
  1. Pleonasmo vicioso:

É uma repetição desnecessária e não intencional de ideias, considerada um erro ou vício de linguagem. Ele deve ser evitado em textos acadêmicos, formais e em redações.

Exemplo:

    • “Entrar para dentro.”
    • “Sair para fora.”
    • “Subir para cima.”

Exemplos de pleonasmo no cotidiano:

  • Literário:

Utilizado intencionalmente em obras para enriquecer a estética do texto.

Exemplo:

    • “Vi, com estes olhos que a terra há de comer.” (expressão popular)
  • Vicioso:

Aparece muitas vezes sem que o falante perceba, gerando redundâncias desnecessárias.

Exemplo:

    • “Eu ouvi com meus próprios ouvidos.”
    • “Ela vive sua própria vida.”

Importância do estudo do pleonasmo

O pleonasmo é um tema recorrente em provas de vestibulares e no ENEM, especialmente em questões que abordam interpretação de texto ou figuras de linguagem. Saber identificá-lo pode ser útil para:

  • Interpretar textos literários: identificando intenções estilísticas do autor.
  • Evitar vícios de linguagem: melhorando a qualidade dos textos argumentativos e dissertativos.
  • Aprimorar o vocabulário: entendendo como as repetições podem ser bem ou mal aplicadas.

Exemplos de pleonasmo vicioso

Esses são redundâncias desnecessárias, vistas como vícios de linguagem:

  1. “Subir para cima.”
  2. “Descer para baixo.”
  3. “Entrar para dentro.”
  4. “Sair para fora.”
  5. “Conviver junto.”
  6. “Hemorragia de sangue.”
  7. “Certeza absoluta.”
  8. “Repetir de novo.”
  9. “Multidão de pessoas.”
  10. “Ganhar grátis.”
  11. “Adicionar mais.”
  12. “Metades iguais.”
  13. “Encarar de frente.”
  14. “Planejar antecipadamente.”
  15. “Há anos atrás.”
  16. “Conclusão final.”
  17. “Surpresa inesperada.”
  18. “Fato real.”
  19. “Ver com os olhos.”
  20. “Andar a pé.”

Dicas para evitar pleonasmos viciosos

  1. Revise o texto: leia com atenção para identificar repetições desnecessárias.
  2. Use sinônimos: substitua palavras que reforçam o mesmo significado.
  3. Contextualize: pergunte-se se a repetição é indispensável para dar ênfase ou apenas “enche” a frase.

Como diferenciar pleonasmo literário de vicioso?

A chave está na intenção e no contexto:

  • No literário, a repetição tem propósito expressivo ou enfático.
  • No vicioso, a redundância não acrescenta sentido e pode ser substituída por construções mais concisas.

Exercícios para fixação

  1. Identifique se há pleonasmo nas frases abaixo. Se houver, classifique como literário ou vicioso:
  1. a) “Chovia uma chuva fina e constante.”
  2. b) “Ela subiu para cima rapidamente.”
  3. c) “E o mar salgado se abriu diante de nós.”
  1. Corrija as frases com pleonasmo vicioso:
  1. a) “Eu entrei para dentro da sala.”
  2. b) “Eles repetiram de novo as mesmas respostas.”
  3. c) “Saí para fora correndo.”

Conclusão

O pleonasmo, como figura de linguagem, é um recurso que enriquece o texto quando bem utilizado, mas pode prejudicar a clareza e a objetividade da comunicação quando mal-empregado. Por isso, é importante compreender sua aplicação e diferenciá-lo de vícios de linguagem.

Seja na literatura, no dia a dia ou em redações, entender o pleonasmo é fundamental para aprimorar a interpretação e a produção textual.

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