O que você precisa estudar hoje?
O pleonasmo é uma figura de linguagem que consiste na repetição de palavras ou ideias com o objetivo de enfatizar uma mensagem ou tornar o discurso mais expressivo. Ele pode ser utilizado de forma intencional, como recurso estilístico, ou de forma não intencional, representando um vício de linguagem.
A palavra “pleonasmo” vem do grego pleonasmos, que significa “excesso” ou “abundância”. É amplamente estudado na análise de textos literários, redações e até na comunicação oral.
Tipos de pleonasmo
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Pleonasmo literário (ou estilístico):
É usado de forma intencional, geralmente para dar ênfase ou criar um efeito expressivo no texto. É comum na literatura e em músicas.
Exemplo:
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- “Rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de Moraes)
- “E lá vou eu subindo para cima.”
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Pleonasmo vicioso:
É uma repetição desnecessária e não intencional de ideias, considerada um erro ou vício de linguagem. Ele deve ser evitado em textos acadêmicos, formais e em redações.
Exemplo:
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- “Entrar para dentro.”
- “Sair para fora.”
- “Subir para cima.”
Exemplos de pleonasmo no cotidiano:
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Literário:
Utilizado intencionalmente em obras para enriquecer a estética do texto.
Exemplo:
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- “Vi, com estes olhos que a terra há de comer.” (expressão popular)
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Vicioso:
Aparece muitas vezes sem que o falante perceba, gerando redundâncias desnecessárias.
Exemplo:
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- “Eu ouvi com meus próprios ouvidos.”
- “Ela vive sua própria vida.”
Importância do estudo do pleonasmo
O pleonasmo é um tema recorrente em provas de vestibulares e no ENEM, especialmente em questões que abordam interpretação de texto ou figuras de linguagem. Saber identificá-lo pode ser útil para:
- Interpretar textos literários: identificando intenções estilísticas do autor.
- Evitar vícios de linguagem: melhorando a qualidade dos textos argumentativos e dissertativos.
- Aprimorar o vocabulário: entendendo como as repetições podem ser bem ou mal aplicadas.
Exemplos de pleonasmo vicioso
Esses são redundâncias desnecessárias, vistas como vícios de linguagem:
- “Subir para cima.”
- “Descer para baixo.”
- “Entrar para dentro.”
- “Sair para fora.”
- “Conviver junto.”
- “Hemorragia de sangue.”
- “Certeza absoluta.”
- “Repetir de novo.”
- “Multidão de pessoas.”
- “Ganhar grátis.”
- “Adicionar mais.”
- “Metades iguais.”
- “Encarar de frente.”
- “Planejar antecipadamente.”
- “Há anos atrás.”
- “Conclusão final.”
- “Surpresa inesperada.”
- “Fato real.”
- “Ver com os olhos.”
- “Andar a pé.”
Dicas para evitar pleonasmos viciosos
- Revise o texto: leia com atenção para identificar repetições desnecessárias.
- Use sinônimos: substitua palavras que reforçam o mesmo significado.
- Contextualize: pergunte-se se a repetição é indispensável para dar ênfase ou apenas “enche” a frase.
Como diferenciar pleonasmo literário de vicioso?
A chave está na intenção e no contexto:
- No literário, a repetição tem propósito expressivo ou enfático.
- No vicioso, a redundância não acrescenta sentido e pode ser substituída por construções mais concisas.
Exercícios para fixação
- Identifique se há pleonasmo nas frases abaixo. Se houver, classifique como literário ou vicioso:
- a) “Chovia uma chuva fina e constante.”
- b) “Ela subiu para cima rapidamente.”
- c) “E o mar salgado se abriu diante de nós.”
- Corrija as frases com pleonasmo vicioso:
- a) “Eu entrei para dentro da sala.”
- b) “Eles repetiram de novo as mesmas respostas.”
- c) “Saí para fora correndo.”
Conclusão
O pleonasmo, como figura de linguagem, é um recurso que enriquece o texto quando bem utilizado, mas pode prejudicar a clareza e a objetividade da comunicação quando mal-empregado. Por isso, é importante compreender sua aplicação e diferenciá-lo de vícios de linguagem.
Seja na literatura, no dia a dia ou em redações, entender o pleonasmo é fundamental para aprimorar a interpretação e a produção textual.
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