Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)

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A Ditadura Militar no Brasil é um período marcante da história do país, com um regime que durou de 1964 a 1985. Nesse intervalo de 21 anos, o governo foi liderado por militares, e a estrutura política, econômica e social do Brasil foi profundamente transformada.

Ditadura Militar brasileira
Ditadura Militar brasileira

Contexto histórico

O regime militar começou em 31 de março de 1964, quando as Forças Armadas assumiram o poder após a deposição do presidente João Goulart. Na época, o país vivia uma série de desafios políticos e econômicos, e havia um clima de tensão em torno de mudanças sociais, como as reformas propostas pelo governo. A crise econômica, a inflação e a instabilidade política contribuíram para que setores da sociedade, como empresários, membros da Igreja, e parte da população, apoiassem a mudança de governo.

O contexto internacional também influenciou o golpe, uma vez que o Brasil estava inserido na lógica da Guerra Fria, em que os países eram influenciados pelos blocos capitalista e socialista.

Principais Presidentes Militares

  1. Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967): primeiro presidente militar após o golpe de 1964. Castelo Branco implementou várias reformas econômicas e políticas e deu início à centralização do poder.
  2. Marechal Artur da Costa e Silva (1967-1969): sob seu governo, o regime se consolidou com o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que deu amplos poderes ao Executivo.
  3. General Emílio Garrastazu Médici (1969-1974): seu governo foi marcado por um período de crescimento econômico, conhecido como “milagre econômico“, e por um controle rígido das atividades políticas.
  4. General Ernesto Geisel (1974-1979): durante o governo Geisel, iniciou-se um processo de abertura política, chamado “distensão”, que gradualmente começou a relaxar as medidas mais rígidas do regime.
  5. General João Batista Figueiredo (1979-1985): último presidente militar, Figueiredo liderou a transição para a democracia, com a anistia a presos políticos e a convocação de eleições indiretas que culminaram na eleição de Tancredo Neves.

Principais momentos do regime militar

  • Ato Institucional nº 5 (AI-5) – 1968: o AI-5 marcou um ponto importante na história do regime militar, estabelecendo medidas que fortaleceram o controle do governo sobre a vida política e social do país.
  • Milagre Econômico (1968-1973): durante esse período, o Brasil registrou altos índices de crescimento econômico, impulsionado por investimentos em infraestrutura e industrialização. Entretanto, o aumento da dívida externa e a desigualdade social foram temas recorrentes nesse período.
  • Processo de abertura política (1970-1980): a partir da segunda metade dos anos 1970, houve um movimento gradual de abertura política, que culminou com a redemocratização. Esse processo foi conduzido pelo próprio governo militar e visava à transição para um regime democrático, de maneira ordenada.
  •  Resistência e oposição: diversos grupos de oposição surgiram durante o regime, incluindo organizações estudantis, intelectuais e guerrilhas armadas. Entre os grupos guerrilheiros mais conhecidos estavam a Ação Libertadora Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), que tentaram combater o governo militar por meio da luta armada. No entanto, a repressão aos grupos de oposição foi violenta, com a prática de tortura e assassinatos.

Consequências do regime militar

  • Crise econômica: embora o período inicial do regime tenha sido marcado pelo crescimento econômico, a partir da segunda metade dos anos 1970, a economia brasileira começou a enfrentar graves problemas. A crise do petróleo em 1973 e a elevada dívida externa deixaram o país em recessão e com alta inflação no início da década de 1980.
  • Repressão e violação dos direitos humanos: durante o regime, houve intensa repressão política. Estima-se que centenas de pessoas foram mortas ou desapareceram por causa de suas atividades de oposição ao governo. Milhares foram presos, torturados ou exilados.
  • Redemocratização: a principal consequência política da Ditadura Militar foi a redemocratização do Brasil, que culminou com a promulgação de uma nova Constituição em 1988. A Constituição de 1988 consolidou as liberdades democráticas e civis no país, pondo fim a mais de duas décadas de autoritarismo.

“Ame-o ou Deixe-o”

O slogan “Ame-o ou Deixe-o” foi amplamente utilizado durante o período da Ditadura Militar no Brasil, principalmente nos anos 1970, no auge do regime. A frase representava uma ideologia nacionalista e autoritária, exigindo dos brasileiros total lealdade ao país e ao governo militar.

Esse slogan era promovido em campanhas publicitárias, discursos oficiais e na mídia, e refletia a postura do regime de não tolerar críticas ao governo. A mensagem implícita era que quem não apoiasse o regime militar deveria deixar o país, sugerindo que a oposição era incompatível com o “amor” ao Brasil.

O uso desse slogan se intensificou durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), um dos períodos mais repressivos da ditadura. Ao mesmo tempo em que o governo promovia o “milagre econômico”, também endurecia sua postura repressiva, combatendo qualquer forma de dissidência política.

Muitos opositores do regime, intelectuais, artistas e estudantes, enfrentaram censura, perseguições e, em alguns casos, o exílio. Nesse contexto, o slogan “Ame-o ou Deixe-o” serviu como um símbolo do nacionalismo forçado e da repressão àqueles que discordavam do governo.

Essa frase é lembrada hoje como um dos principais símbolos da propaganda do regime militar, representando a intolerância às críticas e a falta de liberdade de expressão que marcou o período.

O que é mais cobrado nos vestibulares

  1. AI-5: é importante conhecer as mudanças trazidas por esse ato e como ele influenciou o sistema político brasileiro.
  2. Milagre Econômico: o período de crescimento econômico e os desafios enfrentados nesse contexto são temas recorrentes em provas.
  3. Repressão e tortura: A prática da repressão política, com destaque para os órgãos de controle, como o DOI-CODI e o DOPS.
  4. Abertura política e redemocratização: compreender o processo que levou à transição para a democracia e as reformas realizadas é essencial.
  5. Presidentes militares: saber identificar os principais presidentes do período militar e as características de seus governos.
  6. Grupos de oposição: Conhecer a atuação de grupos como ALN e MR-8, além de movimentos estudantis e culturais que se opuseram ao regime.

Conclusão

A Ditadura Militar foi um período marcante na história do Brasil, com transformações econômicas e políticas que impactaram profundamente o país. O estudo desse período é fundamental para entender a história recente do Brasil e os desafios enfrentados durante a transição para a democracia. Para os estudantes de ensino médio e vestibulares, é importante focar nos principais momentos do regime e nas mudanças institucionais que marcaram essa fase da política brasileira.

 

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