Juscelino Kubitschek

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Juscelino Kubitschek de Oliveira, conhecido popularmente como JK, foi uma figura marcante na história política do Brasil, lembrado especialmente por seu lema de governo “50 anos em 5“. Este artigo aborda sua trajetória desde antes da presidência, o período em que ocupou o cargo, suas políticas de modernização e os desdobramentos de sua administração.

Juscelino Kubitschek
Juscelino Kubitschek

Quem era Juscelino Kubitschek

Nascido em 12 de setembro de 1902, em Diamantina, Minas Gerais, Juscelino Kubitschek formou-se em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Iniciou sua carreira política como chefe de gabinete do governo de Minas Gerais em 1932 e, posteriormente, atuou como deputado federal e prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), onde implementou importantes projetos de infraestrutura, incluindo a construção do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em colaboração com o arquiteto Oscar Niemeyer. Este trabalho destacou-o como um político progressista e inovador.

Período que antecede à presidência

Após o fim do Estado Novo em 1945 e o retorno das eleições democráticas, Juscelino se consolidou como uma figura importante na política nacional, sendo eleito governador de Minas Gerais em 1950. Durante seu mandato, promoveu a industrialização e a modernização do estado, preparando o terreno para sua candidatura presidencial.

Eleição de 1955

A eleição presidencial de 1955 foi uma das mais disputadas e significativas da história do Brasil. JK concorreu pelo Partido Social Democrático (PSD), com apoio do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Seus principais adversários foram Juarez Távora, candidato da União Democrática Nacional (UDN), que representava setores mais conservadores e militares, e Adhemar de Barros, do Partido Social Progressista (PSP), conhecido por seu apelo populista e promessas de continuidade de desenvolvimento.

Enquanto Juscelino defendia um plano desenvolvimentista e de modernização, com o foco em um Brasil mais industrializado e integrado, Juarez Távora apresentava uma plataforma de combate à corrupção e reformas de base, buscando atrair o apoio dos militares e das elites conservadoras. Adhemar de Barros, por sua vez, adotava um discurso mais voltado para obras públicas e promessas de progresso rápido.

A vitória de JK, com cerca de 36% dos votos, representou a escolha popular por um projeto de modernização ambicioso, mesmo em um cenário de grande tensão política. A UDN e outras forças oposicionistas questionaram a legitimidade da eleição, alegando fraudes e pedindo a anulação do pleito. No entanto, o então presidente Café Filho garantiu a posse de Juscelino, consolidando a democracia e o respeito ao resultado eleitoral.

Presidência de Juscelino Kubitschek (1956-1961)

JK venceu as eleições de 1955 com uma plataforma desenvolvimentista que prometia acelerar o progresso econômico e social do Brasil. Seu governo ficou marcado pela busca incessante de modernização e pela construção de Brasília, a nova capital do país, que simbolizava o deslocamento do poder político e econômico do litoral para o interior.

Plano de metas

O governo Kubitschek foi regido pelo famoso Plano de Metas, que abrangia 31 objetivos distribuídos em cinco setores principais: energia, transportes, alimentação, indústria de base e educação. Este plano foi central para impulsionar a industrialização e fortalecer a infraestrutura nacional. Um dos grandes êxitos foi a expansão do setor automobilístico e da indústria siderúrgica.

“50 anos em 5”

O lema “50 anos em 5” sintetizava a ambição de JK de promover um crescimento que equivaleria a cinco décadas de desenvolvimento em apenas cinco anos de governo. Para alcançar essa meta, JK investiu pesadamente em infraestrutura, construção de estradas, geração de energia elétrica e industrialização. A política de atração de investimentos estrangeiros foi uma estratégia fundamental para viabilizar o projeto. O plano trouxe inovações tecnológicas e aumentou a capacidade produtiva do país, mas também gerou um aumento considerável na dívida externa e na inflação, o que se tornaria um problema para os governos seguintes.

Construção de Brasília

A edificação de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960, representou um dos maiores legados de JK. O projeto urbanístico, idealizado por Lúcio Costa e com edifícios assinados por Niemeyer, trouxe reconhecimento internacional ao Brasil e marcou uma nova era de integração nacional.

Brasília
Brasília

Consequências e continuidades

O governo JK trouxe um crescimento econômico impressionante, mas também deixou um legado de dívidas que afetariam as administrações subsequentes. A dívida externa aumentou significativamente e a inflação se intensificou, gerando críticas sobre a sustentabilidade de suas políticas desenvolvimentistas. Contudo, a modernização industrial e a expansão das cidades foram pilares para o desenvolvimento do Brasil nas décadas seguintes.

Impacto político e econômico

Após deixar a presidência, Kubitschek ainda influenciava a política nacional e tentou retornar à presidência na década de 1960. Com o golpe militar de 1964, JK teve seus direitos políticos cassados e passou parte de sua vida no exílio. Mesmo assim, sua imagem como o presidente do progresso e da modernização permaneceu viva na memória coletiva brasileira.

Conclusão

Juscelino Kubitschek foi uma liderança transformadora que buscou inserir o Brasil na modernidade, rompendo com os limites da infraestrutura colonial. Embora seu governo tenha deixado um ônus financeiro, as sementes plantadas em sua gestão contribuíram para o avanço industrial e urbano do país. Sua presidência é lembrada como um período de otimismo e crescimento que moldou significativamente o Brasil contemporâneo.

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