O que você precisa estudar hoje?
O Modernismo no Brasil foi uma corrente literária que se solidificou com a Semana de Arte Moderna, em 1922, a qual surgiu em decorrência de uma crítica de Monteiro Lobato à exposição da pintora Anita Malfatti, em 1917.
Anita, que estudou na Europa, teve grande influência das vanguardas europeias, como o Expressionismo que é uma tendência subjetiva. Colunista do Jornal O Estado de São Paulo, Monteiro Lobato publicou um artigo intitulado “Paranoia ou mistificação”, no qual chamava a artista de paranoica e mistificadora de artistas europeus. Com isso, os modernistas apoiaram Malfatti e decidiram criar a Semana de Arte Moderna que ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Apesar de não ter tido grande repercussão na imprensa, hoje ela é vista como um marco importante da história, pois representou a junção das tendências de renovação que estavam ocorrendo na arte brasileira e mundial antes de 1922, além de ter reunido os artistas modernistas.
O contexto social da época é marcado pela renovação urbana, surgimento de automóveis e, assim, construção de estradas e avenidas. O processo de urbanização estava veemente com a introdução da energia elétrica, surgimento de indústrias e a crise cafeeira. O fluxo de imigração europeia, principalmente italiana, crescia fortemente. Ou seja, a modernização não ocorria somente no campo artístico.
A primeira fase foi de 1922 a 1930, a qual priorizou a renovação dos pré-modernistas e defendiam algumas propostas nacionalistas, porém críticas, diferente do Romantismo: restaurar a cultura brasileira com os princípios nacionais, eliminar o complexo de colonizado e os valores estrangeiros, revisar criticamente o passado histórico do Brasil. Novas formas de expressão e de conteúdos ganharam mais visibilidade, em destaque a revista Klaxon que dava continuidade na divulgação das ideias modernistas. Após a Semana, surgiu movimentos culturais: o Pau-Brasil, a Antropofagia, o Verde-Amarelismo e a Anta, que representavam tendências ideológicas distintas de expressar o nacionalismo. Os dois primeiros, criados por Oswald de Andrade, criticam a formação histórica do Brasil e valoriza a suas riquezas naturais. Enquanto os dois últimos, criados por Plínio Salgado, defendem um nacionalismo ufanista. Essa fase é chamada de fase heroica ou de implantação.
Os principais autores
Oswald de Andrade
Suas principais obras: Manifesto Antropófago; Serafim Ponte Grande; O rei da vela; Poesias reunidas;
Características: humor com lirismo, fala popular, ironia, rupturas sintáticas, flashes cinematográficos, entre outros.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Mário de Andrade
Suas principais obras: Macunaíma; Primeiro andar; Os filhos da Candinha; Amar, verbo intransitivo;
Características: abordagem sobre o universo social e psicológico do ser humano das grandes cidades, busca por novas técnicas narrativas, entre outros.
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu
Manuel Bandeira
Seus principais poemas: Vou-me embora pra Pasárgada; Poema tirado de uma notícia de jornal; Pneumotórax;
Andorinha; Os Sapos; Poética; O anel de vidro; O último poema;
Características: apesar de ter assuntos tratados pelos românticos como, infância, saudade, solidão, Manuel Bandeira é modernista. Suas poesias têm muita crítica social e reflexão filosófica, além da renovação da linguagem que é a principal característica dos artistas modernos.
Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
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