O que você precisa estudar hoje?
Na nossa vida domiciliar utilizamos diferentes aparelhos eletroeletrônicos em que sua principal funcionalidade é basicamente converter a energia elétrica em energia térmica. Essa transformação energética acontece em dispositivos como chuveiro elétrico, ferro de passar roupa, chapa elétrica para cabelos e até mesmo em aquecedor. O dispositivo que realiza esse tipo de conversão energética é denominado de resistor elétrico. Os resistores podem ser considerados como dipolo elétrico, e podem ser representados como na figura abaixo.
Classificação dos resistores
Os resistores podem ser classificados de acordo com a relação entre a resistência elétrica e a temperatura. Os resistores em que a resistência é constante a uma dada temperatura são chamados de resistores ôhmicos. Caso contrário, se o resistor elétrico tiver sua resistência elétrica variável a certa temperatura, o mesmo será denominado de resistor não ôhmico. Os gráficos de tensão em função da corrente elétrica para cada tipo de resistor estão expostos a seguir.
Potência dissipada de um resistor
O efeito Joule é o fenômeno responsável pela conversão da energia elétrica em energia térmica dos resistores elétricos. Ou seja, a potência elétrica dos resistores é convertida em calor por efeito Joule. A potência é diretamente proporcional à diferença de potencial (tensão) e à corrente elétrica, conforme equação abaixo:
Podemos encontrar duas outras equações para a potência elétrica, partindo da relação matemática da resistência () e fazendo a substituição da diferença de potencial (U) ou da corrente (i) na equação da potência elétrica. Isolando U ou i na equação da resistência, temos:
Substituindo U na equação de potência, temos:
Substituindo i na equação de potência, temos:
Ou seja, agora temos três equações para a potência dissipada por efeito Joule:
Equação 1:
Equação 2:
Equação 3:
– P: potência elétrica (W);
– U: tensão elétrica (V);
– i: corrente elétrica (A);
– R: resistência elétrica (Ω).
As diferentes equações de potência dissipada apresentadas acima são recomendadas para serem aplicadas em casos específicos de circuitos elétricos. A equação 2 é recomendada na associação de resistores em série no qual a corrente (i) é constante. Já a equação 3 deve ser utilizada na associação de resistores em paralelo no qual a tensão elétrica é constante. As relações de potência para resistores elétricos possuem uma variada gama de aplicações no nosso cotidiano, e dois exemplos claros são a utilização de chuveiros elétricos e lâmpadas incandescentes.
No caso do chuveiro elétrico, é muito comum modificarmos a temperatura da água de acordo com a temperatura ambiente do dia. Essa variação de temperatura se dá pela resistência elétrica. Assim, caso queira aumentar a temperatura devemos diminuir a resistência elétrica para que possamos aumentar a potência que será dissipada. Já a lâmpada incandescente é uma aplicação clara de conversão de energia elétrica em energia térmica, na qual o filamento presente na lâmpada emite luz quando está com alta temperatura.
Segunda lei de Ohm
A segunda lei de Ohm, criada por Georg Simon Ohm, relaciona a resistência elétrica de um resistor com propriedades que a influenciam, como os aspectos geométricos (área e comprimento) e propriedades intrínsecas do material. Abaixo é apresentada a relação matemática que associa esses componentes.
– R: resistência elétrica (Ω);
– ρ: resistividade (Ω.m);
– l: comprimento (m);
– σ: condutividade (Ω-1.m-1);
– A: área (m2).
A temperatura também afeta de forma indireta a resistência elétrica do resistor. A temperatura é uma propriedade física que influencia diretamente na resistividade do material que, consequentemente, afeta a resistência elétrica. A relação entre resistividade do material e a temperatura é expressada a seguir.
Associação de resistores elétricos
Os resistores elétricos podem ser dispostos de diferentes formas com intuito de se obter um valor específico para a resistência elétrica. Essa disposição dos resistores é denominada de associação de resistores elétricos. Os resistores podem ser associados em série ou em paralelo para se obter uma resistência equivalente. Primeiramente, a associação em série é uma disposição de resistores no qual a corrente elétrica que passa pelos mesmos é a mesma, conforme figura abaixo.
Outro ponto a ser destacado é que a diferença de potencial elétrico (tensão) da associação é a somatória das diferenças de potencial em cada resistor. Através dessas informações e de algumas manipulações algébricas, podemos encontrar a fórmula matemática para a resistência equivalente de uma associação de resistores em série:
Em casos específicos em que todos resistores possuem o mesmo valor de resistência elétrica, a resistência equivalente para resistores em série pode ser calculada através de uma forma mais simplificada conforme abaixo.
Já a associação em paralelo é uma disposição de resistores elétricos na qual a tensão entre os mesmos é constante. Abaixo é representado uma associação de resistores em paralelo.
Como já mencionado, a tensão é constante em cada resistor elétrico, porém a corrente elétrica é dividida para cada resistor e, quanto maior o valor da resistência elétrica, menor será a corrente elétrica que passa pelo resistor. Através dessas informações e de algumas manipulações algébricas, podemos chegar à fórmula matemática da resistência equivalente de uma associação de resistores em paralelo:
A resistência equivalente para resistores em paralelo com valores de resistência elétrica iguais pode ser calculada através de uma equação simplificada, conforme abaixo.
Outra equação muito utilizada é nos casos em que se possui dois resistores em paralelo de valores distintos. Aplicando a fórmula de resistência equivalente, podemos chegar na seguinte relação matemática:
Curto-circuito
O curto-circuito representa uma disposição do circuito elétrico na qual dois pontos são conectados por um fio ideal. Através de alguns cálculos podemos concluir que esses pontos, conectados, possuem o mesmo potencial elétrico. Consequentemente, a diferença de potencial elétrico é nula. Nessa disposição, a resistência elétrica equivalente para o trecho é nula e, então, podemos eliminar as resistências que foram colocadas em curto. A disposição explicada está explícita na figura abaixo.
Fusíveis, disjuntores e reostatos
Os fusíveis e disjuntores são equipamentos elétricos de segurança que têm por objetivo limitar que certo valor de corrente elétrica ultrapasse o limite estabelecido. Esses dispositivos funcionam de forma automática e são acionados em casos de curto-circuito e sobrecarga elétrica. A diferença entre os fusíveis e os disjuntores é que os disjuntores podem ser rearmados mesmo com uma sobrecarga elétrica.
Já os reostatos são dispositivos elétricos que trabalham como uma espécie de resistor variável. Ou seja, o reostato opera de acordo com o valor de resistência elétrica solicitado. É importante salientar que os reostatos possuem um intervalo de resistência elétrica máxima e mínima que limita parte de sua atuação.
A ponte de Wheatstone
A ponte de Wheatstone consiste numa disposição de resistores elétricos num circuito conforme figura abaixo.
Dizemos que a ponte está equilibrada quando o galvanômetro G não acusa nenhuma corrente elétrica. Quando isso acontece, temos uma relação matemática entre as resistências R1, R2, R3 e R4, conforme abaixo:
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