O que você precisa estudar hoje?
O que diferencia uma frase de uma oração é o próprio verbo. Desde que uma sentença possua sentido completo, ela pode ser considerada uma frase, possuindo, ou não, verbo. Por outro lado, toda oração possui verbo e este introduz contexto ao período, possibilitando, então, uma análise sintática. Contudo, para total construção de uma oração, outros termos são extremamente importantes e possuem relações diretas com o verbo. Estes são os termos da oração ligados ao verbo.
Verbos de estado
Existem duas modalidades para os verbos, sendo cada uma delas nomeada pela característica exercida pelo verbo dentro do período. Os verbos de estado são aqueles que conectam o sujeito a uma característica ou estado.
Verbos de ligação
Os verbos de ligação são classificados como verbos de estado, ou seja, eles somente ligam o sujeito a uma característica ou estado. Não há uma ação feita ou sofrida pelo sujeito da oração.
Exemplos:
“A menina é rápida.”. Pode-se observar que o termo “é” é um verbo de ligação uma vez que ele somente liga o sujeito “menina” à sua característica “rápida”.
“A menina era feliz.”. Pode-se observar que “era” também se trata de um verbo de ligação pois liga o sujeito “menina” ao seu estado “feliz”.
Verbos de ação
A segunda modalidade é dos verbos de ação, que representam uma ação feita ou sofrida pelo sujeito da oração. Eles, por sua vez, podem ser divididos em verbos intransitivos e transitivos e suas subdivisões.
Verbos intransitivos
Os verbos intransitivos se enquadram no grupo dos verbos de ação e são caracterizados por possuírem sentido completo por si só, não necessitando de um complemento.
Exemplo:
“Minha filha nasceu.”
Veja que o verbo “nasceu” possui o total sentido a ser transmitido, não necessitando de nenhuma informação extra para que a ideia do nascimento seja entendida.
Verbos transitivos
Os verbos transitivos também são verbos de ação, contudo estes precisam de um complemento para o total sentido a ser transmitido.
Exemplo:
“Ele ama o filho.”
Veja que o verbo “ama” necessita do complemento “o filho” para total sentido da informação. Se escrevêssemos apenas “Ele ama.”, as perguntas “quem?” ou “o quê?” surgiriam por conta dessa afirmação.
Dentro dessa classe de verbos, pode-se destacar duas subdivisões de verbos transitivos. O verbo transitivo direto, no qual há conexão direta entre o verbo e o seu complemento (V+C), e o verbo transitivo indireto que necessita de uma preposição para essa conexão entre o verbo e seu complemento (V+P+C).
Exemplos:
“Ela ama a vida.”. Veja que “a vida” é complemento do verbo “ama” e que o termo “a” não é uma preposição, mas sim um artigo de gênero feminino para a palavra “vida”, assim “ama” é verbo transitivo direto.
“Ele precisa de você.”. Veja que “de” é preposição e é crucial para a conexão do verbo “precisa” e seu complemento “você” e sendo assim, o verbo é transitivo indireto.
Objetos
O objeto da oração está diretamente ligado ao verbo transitivo, sendo dividido em objeto direto e objeto indireto.
Quando o complemento do verbo transitivo for precedido de preposição, o objeto será indireto:
Exemplo:
“Preciso de tempo.”. Pode-se perceber que o complemento “tempo” é precedido da preposição “de” e, por isso, é objeto indireto.
Já o caso em que o complemento for precedido diretamente pelo verbo, será nomeado objeto direto.
Exemplo:
“Tenho medo!”. Pode-se perceber que o complemento “medo” é diretamente precedido pelo verbo “tenho” e, por isso, é objeto direto.
Verbo transitivo direto e indireto
Existe um caso particular de transitividade verbal que se dá quando o verbo for transitivo direto e indireto. Isso ocorre pelo fato do verbo possuir, na oração, dois complementos. Um deles será o objeto direto e o outro será o objeto indireto.
Exemplo:
“As crianças deram presentes aos pais”. Pode-se observar que para este caso “presentes” é um objeto direto e “aos pais” objeto indireto.
Tal fenômeno gramatical só pode ocorrer pelo fato da semântica ser o estudo dos macros elementos textuais, ou seja, o contexto é grandemente importante para as definições e participações dos termos (palavras).
Regências de um verbo
Também é válido ressaltar que um verbo pode possuir mais de uma regência (relação entre o verbo e seu complemento). Nestes casos sua transitividade será definida pelo contexto da oração (uma análise semântica) e não somente pela natureza sintática da palavra.
Exemplos:
“O enfermeiro assistiu o paciente.”. Para este caso o verbo “assistiu” tem o sentido de socorrer o paciente e, por isso, trata-se de um verbo transitivo direto.
“O menino assistiu ao campeonato.”. Para este caso o verbo “assistiu” tem o sentido de ver o campeonato e o verbo é transitivo indireto.
Adjunto adverbial
O adjunto adverbial pode ser definido como o agente que caracteriza a ação verbal, “afunilando” os diversos sentidos da ação verbal, caracterizando-o de forma mais específica.
Exemplo:
“Pedro canta alegremente.”.
Deve-se perceber que o verbo “canta” pode assumir inúmeros sentidos como “canta alto” ou “canta muito bem”, mas o adjunto adverbial “alegremente” caracteriza a ação verbal de cantar, “afunilando” o sentido do verbo.
Tipos de adjunto adverbial
01. De tempo:
Este define o tempo da ação verbal.
Exemplo:
“O menino cantou ontem.”
02. De lugar:
Este define o lugar em que a ação verbal ocorre.
Exemplo:
“O menino cantou no palco.”
03. De modo:
Este define o modo que a ação verbal ocorre.
Exemplo:
“O menino cantou baixinho.”
04. De meio:
Este define o meio em que a ação verbal ocorreu.
Exemplo:
“O menino andou de avião.”
05. De causa:
Este define a causa da ação verbal.
Exemplo:
“Ficou triste com a notícia.”
06. De instrumento:
Este define o instrumento com que se pratica a ação verbal.
Exemplo:
“O menino cantou com o microfone.”
07. De dúvida:
Este demonstra a dúvida sobre a ação verbal.
Exemplo:
“Talvez eu a convide.”
08. De companhia:
Este indica uma companhia em relação à ação verbal.
Exemplo:
“Ele brincava com os amigos”.
09. De oposição:
Este indica oposição em relação à ação verbal.
Exemplo:
“Caminhava contra a multidão”.
10. De condição:
Este gera uma condição para a ação verbal.
Exemplo:
“Não vá sem dinheiro”.
11. De intensidade:
Este indica o grau da intensidade da ação verbal.
Exemplo:
“Ele cantou muito”.
12. De finalidade:
Este indica a finalidade da ação verbal.
Exemplo:
“Ele parou para ouvir”.
13. De concessão:
Este indica concessão para a ação verbal.
Exemplo:
“Partiu apesar das circunstâncias”.
14. De conformidade:
Este indica concordância com a ação verbal.
Exemplo:
“Chove segundo o repórter”.
Voz passiva analítica, voz ativa e voz reflexiva
A voz da oração estuda a participação do sujeito na ação verbal.
Voz ativa
Na voz ativa o sujeito é o agente da ação verbal.
Exemplo:
“A enfermeira aplica a vacina.”. Pode-se notar que o sujeito “a enfermeira” é quem pratica a ação verbal “aplica a vacina”.
Voz passiva analítica
Na voz passiva analítica o sujeito sofre a ação verbal e esta é dada pela soma de um verbo auxiliar (que será de ligação) e um verbo principal (que será de ação), formando uma locução verbal.
Exemplo:
“O time foi eliminado do campeonato”. Pode-se notar que o sujeito “O time” sofre a ação verbal “foi eliminado”. Também vale ressaltar a presença do verbo auxiliar “foi” e do verbo principal “eliminado” formando a locução verbal.
Voz reflexiva
Neste tipo de voz o sujeito é agente e paciente, ou seja, ele pratica e sofre a ação verbal sendo, então, um sujeito reflexivo.
Exemplo:
“Ele se culpou.”. Nota-se que o sujeito “ele” pratica a ação “culpou” e sofre a ação “ser culpado”.
Deixe um comentário