Morfologia vegetal

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Folhas, caule e raízes falam muito sobre as plantas. Analisando esses três componentes externos básicos é possível identificar diversas características desses seres vivos. Correlacionando essas características com os diferentes hábitats é possível observar a organização dos diferentes grupos dos reino Metaphyta, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.

Anatomia vegetal básica
Anatomia vegetal básica

Folhas

As folhas geralmente representam a parte verde da planta ou estruturas que apresentam grande quantidade de células clorofiladas, as quais possuem como função básica a realização da fotossíntese. Essas estruturas também realizam as trocas gasosas necessárias para a planta e perdem água para o ar através da evapotranspiração.

Em angiospermas dicotiledôneas, as folhas são compostas por uma lâmina ou limbo, onde são encontradas as células clorofiladas, distribuídas em nervuras reticulares, e um cabo ou pecíolo, que dá suporte para o limbo. Já nas angiospermas monocotiledôneas, as folhas também são formadas por limbo e pecíolo, o limbo é formado por nervuras paralelas e ainda possuem uma estrutura de revestimento que envolve o caule com o início das folhas, a bainha.

As folhas das gimnospermas possuem o formato de agulha e são chamadas de acículas. Esse formato eleva a superfície de contato da folha com o ar atmosférico, aumentando a perda de água por evapotranspiração, quando a umidade do ar está baixa. E ainda não permitem o acúmulo de neve na sua superfície, mantendo-a sempre exposta para a realização da fotossíntese.

As folhas em formato de agulha das gimnospermas são exemplos de folhas modificadas e representam uma adaptação da planta. Existem diversos tipos de folhas modificadas, como os espinhos dos cactos, que se modificaram para evitar a perda de água, sépalas e pétalas, que possuem formatos chamativos e atraentes para aves e insetos, gavinhas, que se enrolam num suporte, cotilédones, primeiras folhas ainda na semente, e brácteas, situadas na base das flores.

Lâmina e pecíolo
Lâmina e pecíolo

Caule

O caule possui como principal função comunicar as folhas com a raiz. Essa comunicação é realizada através dos tecidos especializados na condução das “seivas”, xilema e floema, que carregam os metabólitos necessários para a sobrevivência da planta. Por exemplo, o tecido xilema é responsável por transportar substâncias inorgânicas, como sais e água. Já o tecido floema é responsável por transportar substâncias orgânicas, como carboidratos.

Os caules podem ser divididos em dois grupos, de forma geral, eretos e subterrâneo. Os caules eretos são classificados em haste, que representa um caule delgado e clorofilado (trigo), tronco, que possui revestimento composto por súber, predominante das gimnospermas (pinheiro), colmo, que apresentam formato cilíndrico e anéis chamados de nó, de onde pode ser observado o brotamento das folhas (cana-de-açúcar), estirpe, com características semelhantes aos caules do tipo colmo, mas com folhas somente na extremidade da planta (palmeira), e cladódio, que são caules com capacidade de armazenar grande quantidade de água (cactos).

Os caules subterrâneos são classificados em três grupos, rizoma, tubérculo e bulbo, de acordo com as características de desenvolvimento. O grupo rizoma se desenvolve paralelamente ao solo, como nas samambaias. Os tubérculos são compactos, apresentam gemas que podem brotar e acumulam reservas energéticas, como as batatas inglesas. Já o bulbo é um caule dilatado, como cebola e alho.

Caule do tipo colmo
Caule do tipo colmo

Raiz

Raízes tem como função básica a fixação da planta e a absorção de água e componentes inorgânicos, como os sais, do solo. Elas possuem 5 regiões que se diferenciam de acordo com o tipo de célula predominante e, consequentemente, de acordo com sua função. A coifa é a região responsável pela proteção da extremidade da raiz. Zona meristemática possui células meristemáticas pequenas, não diferenciadas e com grande capacidade de sofrer mitose. Zona de distensão, são células com meristemáticas com maior volume e capacidade de crescimento longitudinal. Zona pilífera é a região onde ocorre a maior absorção de água e sais minerais pela planta, pois possuem estruturas como “pelos” que aumentam a superfície de contato. Zona das ramificações é a região de aumento do diâmetro da raiz diante da formação das raízes secundárias.

As raízes ainda são classificadas em subterrâneas, aquáticas e aéreas, ou de acordo com o hábitat. As raízes subterrâneas são divididas em três tipos, axial, que apresentam um eixo principal, fasciculada, formada por várias raízes a partir de uma base central, e tuberosa, que acumula reserva energética. Pinheiros, laranjeiras e cenouras são tipos de raízes axial, fasciculada e tuberosa, respectivamente. Já as raízes aquáticas geralmente se desenvolvem a partir de plantas que possuem folhas ou caule flutuante e crescem submersas.

As raízes aéreas possuem sete tipos. A sugadora, que retira o que necessita a partir de outra planta hospedeira; a respiratória, que se desenvolve para fora do solo e possui fendas para realizarem as trocas gasosas; estrangulante, que cresce envolvendo o tronco de uma planta hospedeira; raiz escora, que se desenvolve a partir do caule e cresce em direção ao solo, aumentando a capacidade de fixação da planta; tabular, que são raízes que apresentam aspecto de placa e crescem acima do solo; grampiforme, que se desenvolve aderindo em superfícies, como muros e rochas; e velame, que possui tecido esponjoso e retira a umidade do ar atmosférico a sua volta.

Raízes velame - orquídeas
Raízes velame – orquídeas

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