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Cordados representa o filo de animais que apresentam uma característica recente em comum ou apomorfia, que, no caso, é a presença de notocorda em algum momento durante o desenvolvimento. No estágio de nêurula, durante o desenvolvimento embrionário, esses animais possuem uma estrutura morfológica específica: notocorda, tubo nervoso dorsal, mesoderma lateral, arquêntero delimitado pelo endoderma e ectoderma revestindo o grupo celular embrionário. Logo, esses animais são triblásticos, deuterostômios, celomados e com simetria bilateral.
Características gerais
Os cordados são animais que possuem um órgão hidrostático, flexível, cilíndrico, que se estende ao longo do corpo e guarda um fluído, a notocorda. Essa notocorda é ligada em músculos que possibilitam a movimentação ondulatória do corpo diante da sua característica de conseguir se dobrar sem se encurtar.
Existem dois grandes grupos de cordados ou subfilos, os protocordados e os vertebrados. Ambos possuem os cinco marcos característicos dos cordados, que são: notocorda, cordão nervoso tubular dorsal, fendas faríngeas, endóstilo e cauda pós–anal. Esses grupos de animais reúnem espécies das mais diferentes formas e hábtats, como ascídias, animal marinho séssil e filtrador, e o ser humano, eutério e aminiota. Outras características dos cordados são: celoma bem desenvolvido, presença de epiderme e músculos cardíaco, esquelético e liso, sistema digestivo completo, rins glomerulares, circulação fechada e coração com câmaras.
Protocordados
Os protocordados são formados por dois grupos, os Urocordados e Cefalocordados. Os tunicados ou urocordados, representados pelas ascídias, possuem um revestimento ou envoltório de tunicina, formado por carboidratos e a notocorda é restrita a cauda na fase larval do desenvolvimento. São animais marinhos e filtradores, sendo as larvas móveis e os adultos sésseis, com sistema circulatório parcialmente aberto, sistema nervoso reduzido, monóicos, de fecundação externa (ovulíparos) e desenvolvimento indireto. Ademais, sua anatomia básica é composta por faringe, túnica, ovários, testículos, estômago, intestino, sifão exalante, gânglio nervoso e sifão inalante.
Os cefalocordados são protocordados que a notocorda persiste nos adultos. Um exemplo de cefalocordado é o anfioxo, animal marinho filtrador, com musculatura em forma de “v”, logo é metamerizado, livre nadante. Esses animais possuem a circulação fechada, sem coração e com vasos contráteis, sistema nervoso formado por vesícula cerebral, tubo nervoso oco e ocelo, excretam amônia por nefrídios, localizados na faringe, dioicos, ovulíparos e estágio de desenvolvimento larval, ou seja, desenvolvimento indireto. Sua anatomia básica é composta por cirrus bucais, faringe, intestino, anis, nadadeira caudal, nadadeira dorsal, cordão nervoso, milômeros e notocorda.
Vertebrados
Os vertebrados, embora compartilhem semelhanças com os outros cordados, os protocordados, apresentam novos caracteres que formam um grupo monofilético, os craniados. O subfilo vertebrado, que significa craniados, é formado pelas superclasses Agnatos ou Ciclostomados, que são os animais sem mandíbulas, e Gnatostomados, representados pelos animais mandibulados.
Vertebrados – Agnatos
Os ágnatos são animais craniados e não mandibulados, representados pelas classes Myxini e Petrmizontoidea. A classe Myxini é formada por animais marinhos, que secretam muco como estratégia de defesa, possuem crânio cartilaginoso, dentículos, notocorda, grande flexibilidade, por não terem vértebras. Ainda apresentam olhos atrofiados, tentáculos sensitivos, brânquias, sendo diócos, ovíparos e se desenvolvendo diretamente. São exemplos de Myxini, os peixe-bruxa, peixe-muco, feiticeiras e enguias-de-couro.
A classe petromizontoidea ou cefalospidomorfi pode ser representada pelas lampreias, animais com morfologia e anatomia muito parecida com a classe Myxini, mas sendo animais parasitários, de hábita dulcículo no estágio larval, e marinho no estágio adulto, vértebras rudimentares, olhos desenvolvidos e de desenvolvimento indireto.
Vertebrados – Gnatostomados
Os vertebrados gnatosmastados são os animais mandibulados, formados pelas classes dos condrictes, osteíctes, anfíbios, répteis (aves) e mamíferos.
Os condrictes são animais que possuem esqueleto interno cartilaginoso. Esses animais são mais conhecidos como peixes cartilaginosos e são divididos em dois grupos, os que possuem escamas e não possuem opérculo (proteção para as brânquias) ou holocéfalos, como as quimeras, e os que não possuem escamas e possuem opérculo ou elasmobrânquios, como os tubarões e as arraias.
Os elasmobrânquios possuem as brânquias desprotegidas, cauda assimétrica, podendo ser dificerca, heterocerca ou homocerca, boca ventral, escamas placoides hidrodinâmicas, dentes com reposição permanente (escamas modificadas), sem bexiga natatória, fígado oleoso (flutuação) e excretam ureia. Além disso, possuem os sentidos visão, olfato, vibração e eletropercepção bem desenvolvidos.
Elasmobranquios são dioicos, com dimorfismo sexual e apresentando fecundação interna, de desenvolvimento direto, podendo ser vivíparo (desenvolvimento interno e nutrição materna), ovovivíparo (ovos internos e nutrição lecitrotrófica) ou ovíparo (postura de ovos e desenvolvimento externo). Sua anatomia é composta por olhos, rosto, narina, boca, brânquias, nadadeiras peitoral, pélvica, anal, caudal, dorsal e espinho.
Osteíctes são divididos em actinopterógios e sarcopterógios e são representados por animais que possuem endoesqueleto ósseo ou cartilaginoso com articulações, ou peixes ósseos. Actinopterógios são peixes ósseos que possuem as nadadeiras raiadas, sustentadas por raios ímpares, no dorso e cauda, e pares no peitoral e pélvis. Suas brânquias são protegidas por opérculo rígido, suas escamas podem ser rígidas ou finas e flexíveis, sua boca está localizada na parte anterior terminal, sua calda é simétrica, possuem bexiga natatória e são dioicos. Já sarcopterógio é o grupo formado pelos peixes ósseos de nadadeira lobadas carnosas (musculosas), semelhante aos tetrápodes. Ademais possuem brânquias reduzidas, pulmões e narinas que se comunicam com a faringe.
A circulação sanguínea nos peixes é fechada, simples e completa, sendo o coração formados por duas cavidades. Já as excretas vão variar de acordo com o hábitat, sendo os animais de água doce amoniotélicos e os de água salgada ureotélicos. Essa característica provém da estratégia de osmorregulação desenvolvida para evitar a lise celular.
Anfíbios
Os anfíbios compreendem os animais que necessitam de dois ambientes para o seu completo desenvolvimento, o ambiente aquático (larvas) e o terrestre (adultos). São também considerados os primeiros animais vertebrados a explorar uma vida terrestre, logo também são tetrápodes. São exemplos de anfíbios, sapo (rã), perereca, salamandra e cobra-cega.
Os anfíbios possuem o esqueleto ósseo mais denso, quando comparado aos peixes. Esse esqueleto é dotado de cinturas pélvica e peitoral e ossos dos membros, na sua porção apendicular ou auxiliar da sustentação, e crânio, coluna, costelas e esterno, na porção axial ou de sustentação. Esses animais apresentam essas características não vistas nos grupos anteriores pois tiveram que vencer algumas barreiras, como a diminuição da densidade do meio ambiente (água à terra), que consequentemente criou uma dificuldade de sustentação para o corpo, sendo essa sustentação mantida pela maior densidade dos ossos e a locomoção garantida pelas articulações geradas pelas cinturas, esqueleto axial e apendicular.
A pele dos anfíbios é pouco queratinizada, vascularizada, permeável, com muitas glândulas, e úmida. Eles respiram de forma diferente, considerando o estágio de desenvolvimento, sendo branquial no período larval e pulmonar e cutânea quando adultos. Para que realizem a respiração cutânea, os anfíbios precisam que a pele esteja úmida, deixando claro uma característica típica dos anfíbios que é a não colonização completa de ambientes terrestres. A respiração cutânea auxilia a pulmonar, pois os pulmões dos anfíbios não são bem desenvolvidos, o que a torna pouco eficiente.
A excreção dos anfíbios na fase larval é amônia (amoniotélicos) e nos adultos é ureia (ureotélicos). Essa alteração é fundamental para evitar a perda desnecessária de água e a intoxicação do animal. A circulação é fechada, incompleta, dupla e o coração é formado por três cavidades, dois átrios e um ventrículo. O sistema nervoso é mais desenvolvido, quando comparados com os peixes, o sistema digestório é completo, com alimentação a base de algas no estágio larval e insetos na fase adulta. A metamorfose, mudança do estado de larva para o indivíduo adulto, dos anfíbios ocorre com o aumento da concentração dos hormônios T3 e T4, produzidos na tireoide.
Os anfíbios são divididos em três ordens, anuros, urodelos e ápodes. Os anuros são os animais que possuem patas e não possuem calda, como os sapos e pererecas. Os urodelos possuem patas e calda, como as salamandras. Os ápodes não possuem patas nem escamas, são cilíndricos e durante a sua reprodução realizam fecundação interna, pois possuem órgão copulatório. Já nos anuros e urodelos a fecundação é externa, seguida da postura de ovos sem a presença de casca, o que obriga ser em ambiente aquático.
Durante o desenvolvimento dos anuros (sapos) ocorre uma metamorfose. Essa mudança do estado morfológico do animal é caracterizado, principalmente, pela perda da calda, que ocorre pela produção e alta atividade de enzimas lisossômicas, responsáveis por consumir o material biológico e reciclar a energia auxiliando o crescimento de outras estruturas do animal.
Répteis
Os répteis são responsáveis por conquistar completamente o ambiente terrestre e isso só foi possível pois esses animais possuem características básicas, como ovos com casca e anexos embrionários, pele impermeável e fecundação
Os ovos dos répteis possuem casca e anexos ou estruturas especializadas. A casca pode ser calcária ou coriácea, sendo porosa e permeável a gases. Os anexos são compostos por âmnio, que evita a dissecação, protege contra choques mecânicos e mantém a temperatura do embrião, córion, responsável pelas trocas gasosas, e alantoide, que armazena as excretas ou ácido úrico do embrião.
A pele dos répteis é muito queratinizada, com escamas e placas córneas, impermeável, seca e sem glândulas. As escamas e placas córneas são estruturas que tem origem epidérmica e são homólogas aos pelos nos mamíferos. A reprodução desses animais é realizada com fecundação interna, através de órgão copulatório e desenvolvimento direto ou sem o estágio larval. Eles são classificados como ovovivíparos ou ovíparos.
A respiração dos répteis é pulmonar, realizada por meio da expansão do tórax e sem diafragma, com um órgão eficiente nas trocas gasosas, pois possui maior superfície interna, mas sem alvéolos. A circulação dos não crocodilianos é incompleta, com coração possuindo três cavidades, e dos crocodilianos é incompleta em repouso e completa durante atividade física, com o coração apresentando quatro cavidades.
Os répteis possuem um sistema de termorregulação do metabolismo, pois são animais ectotérmicos, ou seja, animais que não controlam a temperatura do corpo. Essa característica dá aos répteis um viés metabólico de controle de acordo com a temperatura do ambiente. Isso ocorre porque as enzimas possuem temperatura ótima de funcionamento, logo, quando elas não estão na temperatura adequada não irão funcionar de forma eficiente ou com a sua cinética máxima.
Répteis – Aves
Aves são geralmente tratadas como um grupo a parte dos répteis, mesmo possuindo diversas estruturas semelhantes ou sinapormorfias. Uma vez que existem sinapomorfias entre répteis e aves, eles formam um grupo monofilético e devem ser tratados como um. Logo, as aves são um exemplo de subclasse ou classe inferior pertencente aos répteis.
Aves, são exemplos de répteis com diversas exceções, tanto de anatomia como de fisiologia, dentro do grupo. Elas são divididas, de forma geral, de acordo com uma característica anatômica. As aves ratitas, com esterno sem forma de quilha (avestruz), e carenadas, com esterno em forma de quilha (tucanos). Essa diferença anatômica proporciona maior adaptação ao voo.
As aves possuem ossos pneumáticos ou com cisternas de ar, dando menor densidade a massa óssea e facilitando o voo. As penas são homólogas aos pelos dos mamíferos e as escamas nos demais répteis, com uma característica importante que é o controle da temperatura desses animais, uma exceção dentro dos répteis. Logo, o metabolismo das aves não depende da temperatura do ambiente.
A respiração nas aves se dá através de sacos aéreos ou estruturas ligadas aos pulmões e capazes de armazenar ar por mais tempo. A sequência de distribuição de ar é: saco posterior à pulmão à saco anterior. Para que essa movimentação ocorra são necessárias duas inspirações e uma expiração. O seu sistema digestório é formado por duas estruturas especializadas, o papo, responsável pelo armazenamento e amolecimento dos alimentos, e a moela, que é o estômago mecânico, onde ocorre a fragmentação dos alimentos.
A circulação nas aves é fechada, dupla, completa, com o coração apresentando quatro cavidades. Já o sistema excretor é formado por rins, vaso deferente, ureter e cloaca, sendo responsável por eliminar ácido úrico, evitando o desperdício de água. As aves não possuem bexiga urinária, são animais dioicos, realizam fecundação interna, com a maioria delas não possuindo um órgão específico ou copulatório, e são ovíparas.
Mamíferos
Mamíferos são animais que possuem características básicas, como panículo adiposo, formado por hipoderme, estrutura com função de isolante térmico, reserva energética, modelamento corporal e amortecimento de impactos, diafragma, músculo responsável pelos movimentos respiratórios, glândulas mamárias, sudoríparas e sebáceas, possuem sete vértebras cervicais e as hemácias anucleadas e bicôncovas.
Diante do grande número e diversidade de exemplares mamíferos, o seu sistema digestório se apresenta especializado e de imensa variedade de tipos de nutrição. A circulação sanguínea é dupla e completa, com o coração apresentando quatro cavidades. O sistema excretor é, de forma geral, formado por uretra, rins, bexiga e ureteres. O sistema respiratório é bem desenvolvido e as trocas gasosas realizadas nos pulmões. Além disso, são animais endotérmicos, ou seja, boa parte do calor é gerado pelo metabolismo celular ou vias metabólicas.
Os mamíferos são divididos em dois grandes e diversificados grupos, os prototérios e os térios. Os prototérios ou monotremados, são representados por animais ovíparos, sem a presença de placenta, de desenvolvimento externo, com bico e sem mamilos, como o ornitorrinco.
Já os térios são subdivididos em metatérios e eutérios. Os metatérios são os animais marsupiais ou vivíparos, de placenta rudimentar, bolsa abdominal de desenvolvimento tardio ou marsúpio, com desenvolvimento interno e externo. E os eutérios são os animais placentários, vivíparos, de desenvolvimento exclusivamente interno, como os humanos.
Os mamíferos são animais dioicos, com fecundação interna e órgãos copulatórios e de desenvolvimento especializados, como pênis e vagina e útero, respectivamente. Nos mamíferos as fêmeas possuem um útero, órgão revestido por musculatura hiper vascularizada, o endométrio. Esse órgão se comunica com glândulas exócrinas, ovários, através de tubas ou ductos uterinos, e possui uma abertura para a cavidade vaginal, por onde ocorrerá a nidação dos espermatozoides.
O útero é responsável pela fixação e nutrição do óvulo ou ovócito II fecundado. Após a fixação e com a nutrição adequada, o óvulo passa por modificações até que se torna um embrião e tem a capacidade de formar os anexos embrionários, córion (estrutura mais externa que envolve todos os demais anexos embrionários e fica em contato direto com o endométrio), âmnio (delimita a cavidade amniótica e é preenchida com líquido), alantoide e saco vitelínico, mas, diferente dos répteis, o saco vitelínico e o alantoide não acumulam excretas ou armazenam energia. Uma região entre o córion e o endométrio desenvolve a placenta, que é responsável por trocar gases, eliminar excretas e nutrir o feto humano.
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