O que você precisa estudar hoje?
Função quadrática, também conhecida como função do segundo grau é a função dada por uma função , tal que , com lei de formação .
Tal função, assim como a função afim, pode ser representada graficamente e seu comportamento gráfico é bem característico, fazendo com que um gráfico de uma função quadrática seja facilmente identificado. O gráfico de uma função do segundo grau é caracterizado por uma parábola e a utilidade dessa curva matemática pode se estender desde os estudos de comportamentos de crescimento, quanto para a forma de antenas parabólicas.
Definição de função quadrática
A função quadrática, também conhecida como função do 2° grau, é definida, como citado anteriormente, por uma função que parte dos Reais para os Reais com um comportamento regido pela lei de formação , em que o coeficiente “a” não pode ser nulo. Vejamos alguns exemplos:
Exemplo:
A função é uma função quadrática, uma vez que ;
Exemplo:
é, também, uma função quadrática, uma vez que , ainda que ;
Exemplo:
também é função quadrática, uma vez que , ainda que .
Raízes da função quadrática
Dada uma função do segundo grau f, as raízes da função serão os pontos em que a curva gráfica irá cortar o eixo das abscissas (eixo Ox). As raízes da função quadrática também podem ser chamadas de zeros da função.
Vale a observação de que tal definição também era válida para a função afim, mas, diferentemente dessa, a função quadrática poderá conter até dois pontos que cortem o eixo Ox, em que devemos dar ênfase ao “até” dois pontos. Como veremos na seção seguinte, a função quadrática poderá cortar o eixo Ox em um, dois ou, ainda, em nenhum ponto.
Assim, os pontos onde a curva da função corta o eixo Ox são os pontos e , em que x’ e x” são as raízes cujos valores são determinados à partir do pressuposto .
Ao decorrer do desenvolvimento da matemática, algumas formas foram sendo propostas para a resolução das equações () que determinassem as raízes da função quadrática derivadas do pressuposto , citado anteriormente. Vejamos a seguir algumas destas formas.
Fórmula de Bhaskara
A fórmula de Bhaskara, ou método resolutivo, é definida por duas operações envolvendo os coeficientes da equação do segundo grau. Cada uma das duas operações resulta em um possível valor para a raiz:
Em que “a”,”b” e “c” são os coeficientes da equação e x’ é uma possível solução da equação e, portanto, uma possível raiz da função quadrática.
Em que “a”, ”b” e “c” são os coeficientes da equação e x’’ é outra possível solução da equação e, portanto, uma segunda possível raiz da função quadrática.
Perceba que a diferença entre a primeira e a segunda fórmula é apenas o sinal da raiz quadrada, no numerador. Podemos, então, condensar a fórmula da seguinte maneira:
Deste modo, faremos uma operação para o sinal da adição e outra para a subtração.
Ainda, podemos simplificar a fórmula de Bhaskara definindo o parâmetro (delta), também chamado de discriminante:
Relação entre e as raízes
O parâmetro é também chamado de discriminante, porque é seu valor que discrimina, distingue, o tipo de raízes que a função quadrática terá. Ou seja, dependendo do valor de , há diferentes tipos de as raízes:
Para , teremos duas raízes reais distintas, ou seja, x’ x”;
Para , teremos duas raízes reais, porém iguais, ou seja, x’=x”. Como as raízes são iguais, de forma equivalente, podemos dizer que há apenas um resultado real, tal que a função toca o eixo x em apenas um ponto;
Para , não teremos raízes reais (que pertencem ao conjunto dos números reais), pois pelas propriedades de raiz quadrada, não existe valor real que satisfaça a raiz quadrada de um valor negativo.
Exemplo:
Para encontrar as raízes da função , temos primeiramente que assumir e calcular a fórmula de Bhaskara;
Assim,;
Encontramos a primeira raiz fazendo a operação com o sinal positivo:
Encontramos a segunda raiz fazendo a operação com o sinal negativo:
.
Relação entre coeficientes e raízes
Podemos encontrar as raízes de uma função quadrática também pelo método da soma e produto. Esse método consiste em enxergar a equação do segundo grau () da seguinte maneira:
, onde s=soma das raízes e p=produto das raízes.
Perceba que para utilizar este método, . Caso “a” não seja igual a 1, basta dividir toda a equação por “a” para chegar nesse formato. A partir daqui, devemos encontrar dois números que somados dão s e, simultaneamente, multiplicados dão p. Esses dois números são as raízes da função quadrática.
Exemplo: Determinar as raízes da função quadrática , pelo método da soma e produto.
à à e . Os números procurados são e pois:
e , portanto as raízes da função são e .
Exemplo: Sabendo que as raízes de uma função quadrática são x’=1 e x’’=2, determine qual é essa função.
Soma das raízes: ;
Produto das raízes: ;
Equação do segundo grau:
Função do segundo grau:
Fatoração do trinômio do segundo grau
Outro importante método para se encontrar as raízes da função quadrática é a fatoração do trinômio do segundo grau, no qual se deve transformar o trinômio em um produto de dois fatores do primeiro grau.
Dada a equação característica para se encontrar as raízes, , tal que , podemos colocar o termo “a” em evidência de maneira que se obtém:
E, portanto,
.
Mas, como vimos no método da soma e produto: e , então:
Fazendo a multiplicação distributiva:
Rearranjando os termos:
Colocando x e x’ em evidência:
Colocando (x-x”) em evidência:
Assim, podemos fatorar .
Forma canônica
Outra maneira que se pode representar a função do segundo grau é em sua forma canônica, uma forma muito relevante quanto à demonstração de muitas propriedades importantes.
Como visto anteriormente, podemos denotar a função do 2° grau por:
Se somarmos e subtrairmos, ao mesmo tempo, o parâmetro :
, uma vez que é um quadrado perfeito.
Portanto têm-se que:
E:
.
Gráfico da função quadrática:
A curva da função quadrática é denominada parábola e algumas propriedades notáveis da relação da parábola com sua devida lei de formação podem ser listadas:
1) Assim como na função afim, a parábola sempre cortará o eixo das ordenadas no ponto P(0,c) em que “c” é o termo independente de . Ou seja, para , quando , temos .
2) Toda função quadrática com coeficiente “a” negativo possui concavidade (abertura) voltada para baixo e toda função quadrática com coeficiente “a” positivo possui concavidade voltada para cima.
3) Como já vimos, a parábola pode cortar o eixo das abscissas em dois pontos quando e f possui duas raízes reais x’ e x”; em um único ponto, quando e consequentemente x’=x”, ou; em nenhum ponto quando , pois não existirão soluções reais para as raízes:
4) Toda parábola é uma curva simétrica com pontos simétricos espelhados sob um eixo de simetria paralelo a Oy.
A figura abaixo resume as possibilidades para construção do gráfico da função de 2º grau.
Vértice
Chama-se vértice da função quadrática o ponto V que pertence à parábola e que se encontra sobre o eixo de simetria desta, a partir do qual há uma mudança no crescimento da função, ou seja, para funções com concavidade para cima, os valores de f(x) passam a ser crescentes após V e para funções com concavidade para baixo os valores de f(x) passam a ser decrescentes após V.
Podemos calcular as coordenadas do vértice pela fórmula , onde “a” e “b” são os coeficientes da função .
Construção do gráfico
Para a construção do gráfico da função quadrática, assim como na função afim, alguns pontos notáveis precisam ser determinados:
Primeiramente, dada a lei de formação da função, um ponto muito importante a ser determinado graficamente é o vértice, pois sobre o mesmo podemos representar o local do eixo de simetria da curva.
Podemos obter o vértice pela expressão no ponto .
Deve-se observar, também, o sinal do coeficiente “a” da função, uma vez que este determina para onde estará voltada a concavidade da parábola.
Outros dois pontos notáveis são os pontos (x’,0) e (x”,0) em que x’ e x” são as raízes da função e por estes a função corta o eixo Ox. No caso em que a função não possuir raízes reais, os pontos (x’,0) e (x”,0) não são utilizados.
Podemos encontrar as raízes pelos métodos resolutivos introduzidos nos tópicos acima.
Por fim, o ponto (0,c), ou seja, onde a curva corta o eixo Oy, com , deve ser destacado.
Com estes pontos a função pode ser representada graficamente.
Exemplo:
Para a função :
O vértice será dado pelo ponto ;
O ponto em que f cortará o eixo Oy é dado por (0,6);
Por soma e produto temos que as raízes da função são -2 e -3 e, portanto os pontos (0,-2) e (0,-3) são onde a função corta o eixo Ox.
Exemplo:
Para a função
O vértice será dado pelo ponto V (0,3);
O ponto em que f cortará o eixo Oy é dado por (0,3);
Pela fórmula de Baskhara as raízes função são e e, portanto os pontos e são onde a função corta o eixo Ox.
Análise de sinais
Para qualquer função, a análise de sinais é fundamental para compreender quando uma função é nula, positiva, ou negativa.
Para a função quadrática, f(x) é positivo quando a parábola está acima do eixo Ox do plano cartesiano e negativa quando a parábola está abaixo do eixo Ox. Vale notar que as raízes da função do segundo grau determinam o momento em que a curva vale zero em Oy.
Assim, de forma equivalente à função afim, devemos analisar o coeficiente “a” de , para começarmos o estudo dos sinais. Se , a concavidade da função será voltada para cima e, se além disso, as raízes forem reais e distintas a parte da parábola que estiver entre as raízes será negativa e as partes que não estiverem entre as raízes serão positivas.
De mesma maneira, se e as raízes forem reais e distintas, a parábola terá concavidade voltada para baixo, a função será positiva entre as raízes e negativa fora desse intervalo.
Por outro lado, se a função possuir apenas um resultado real para suas raízes, ou nenhum resultado real, a função irá assumirá valores apenas positivos ou negativos, dependendo de “a”: Se , a função terá valores positivos apenas e, se , possuirá valores negativos apenas.
Deixe um comentário